sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A SOGRA

AH, LEVA, É O XALE, É O TRUCO, É A LUMA, É ELA, RAPOSA, É O TRECO DE TROCO, É O LAGO DE SODA, É A DROGA DO PITO, É A TABA NO RITO, É A CAMA DO BRUTO, É O RUDE ÓDIO DO ROMANO, É O OVO DO LOBO, É O GAMO DA LOBA, É A CAPA DO DEMO, É A CARTA MÁ, É O COTO DO MURO, É A LAMA DA TOCA, É A CASA DA TOLA, É A TALA, É A TARADA DA RATA, É A LATA, É A LOTADA SACA, É A COTA DA MALA, É O RUMO DO TOCO, É A MATRACA, É O MEDO DA PACA, É A BOLA DO MAGO, É O BOLO DO VÔO, É O NAMORO DOIDO E DURO, É O TURBO DA MACA, É O TIRO NA BATA, É O TIPO DA GORDA, É A DOSE DO GALO, É O CORTE DO CERTO, É A SOPA RALÉ, É A MULA, É O CURTO, É ELA, XÔ, É A VELHA.

                                                     Smiley Castelo Branco


É o maior ou não é?

Já leu ao contrário? (rs) 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O POETA ARA ATÉ O PÓ!

SOCORRAM-ME SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS!!!

Esse palíndromo é um dos mais conhecidos da língua portuguesa e todos nós sabemos o quanto é difícil escrever um.

Amanhã postarei um texto de um poeta que escreveu o maior palíndromo da língua portuguesa, Smiley Castelo Branco, que além de excelente cirurgião, também escreve como ninguém.

Aguardem.

Obs: O título é um palíndromo meu.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O mendigo que queria ser rei

Certo dia, andando pela praça, pude ver ao longe um senhor.

Cabelos grisalhos, roupa velha e rasgada, parecia até embriagado, e gritava a todos pulmões:

- Eu ainda vou ser rei! Vocês verão! Eu ainda vou ser rei!

Todos que passavam por ali desviavam o olhar, mudavam de lado na calçada, como se nada acontecesse, como se aquele pobre coitado oferecesse algum perigo.

Vi de onde estava um jovem se aproximar, talvez para caçoar do pobre, ou quem sabe, oferecer alguma ajuda. Mas, quanto mais o rapaz se aproximava, mais o velho gritava:

- Eu ainda serei rei! Vocês duvidam? Eu não sou louco! Vou ser rei!

O jovem, meio desconfiado com a situação, parou a uma certa distância do pobre louco, e como que num tom solidário perguntou:

- Mas o senhor não acha que está um pouco mal vestido pra ser um rei? E se talvez melhorássemos sua roupa?

O velho olhou profundamente o rapaz e silenciou.

Um silêncio que parecia concordar com a roupa maltrapilha, mas que deixava claro que era uma concordância sem aceitação.

- E então, o que o senhor acha?

- Eu acho que você está com gozação, não existem pessoas boas nesse mundo. Você quer que eu aceite sua ajuda e quando me levar nessa sua conversa dá aquela gargalhada na minha cara.

- Não senhor. Parece estranho, mas acredito em você. Eu apenas sugeri que essa sua vestimenta não pode ser de um rei, não acha?

O velho, mesmo desconfiado, concordou com a cabeça.

- Então, não posso te ajudar?

- Não. Cada rei se identifica com seu povo pela vestimenta.

- Então qual é seu povo, se todos que passam por aqui estão bem vestidos?

- Meu povo está escondido, com medo de vocês que passam por cima de todos em busca de dinheiro.

- Escondido onde? Atrás das árvores da praça? - indagou curioso o jovem.

- Escondido em minha memória, em minha imaginação. Ou será que porque sou mendigo não posso ter sonhos... Um dia meu povo voltará, e finalmente poderei ser rei.

- Então acho que não posso mais ajudar o senhor. Um rei se identifica com seu povo devido sua vestimenta, sendo assim, não pode trocá-la, e essa era minha intenção. Seja feliz companheiro, agora preciso realmente ir. Adeus.

O velho pensou...

- Não. Sinto muito, mas você não pode ir meu jovem. Tenho um brilhante futuro pra você em meu reino. Um grande rei necessita de um fiel escudeiro que lhe dê ouvidos, e ninguém aqui foi digno de parar e me ouvir.
Esse foi um dos primeiros contos que escrevi.

Grande abraço,

Rafael Freitas